segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Noutros Carnavais, ninguém levou a mal...

Em Portugal, fazem-se muitas homenagens póstumas (e não só) e Santa Clara não foge à regra. Este post pretende ser uma “homenagem póstuma” a duas peças do nosso património “identitário” que foram brutalmente assassinadas pelo progresso e ignorância.
Não sei se se lembram de uma “ponta delgada de basalto negro” que se situava “atrás do calhau”, perto do farol, que deu nome à nossa cidade. Foi durante anos coberta de entulho e os santaclarenses ajudaram. Quem nunca lá foi colocar um fogão velho ou uma cama a apodrecer? Quisemos matar a nossa identidade e conseguimos.
Outro atentado foi a “morte assistida” da nossa araucária, plantada em frente à igreja. “Era um perigo para os transeuntes, pois estava doente”. Foi essa a desculpa da nossa Câmara Municipal para deitar abaixo aquela que todos os dias nos cumprimentava pela manhã, desejando-nos um bom dia e nos recebia, à noite, “de ramos abertos”. Doentes estão aqueles que a mandaram derrubar. Como é que se pode matar assim a identidade das nossas gentes? Mas, nós temos culpa, uns porque não informaram os menos esclarecidos, outros porque concordaram que o progresso fosse construído com muito betão e tijolo. Nota-se assim uma clivagem entre o passado e o presente. Será que não percebem que um povo que esquece as suas raízes, as suas tradições, os seus monumentos, … não pode progredir saudavelmente? Espero sinceramente que quem de direito tenha isso em conta, pois se não se pode remediar os erros do passado, pode ser-se inteligente o suficiente para não os repetir! O lema deverá ser: “de cabeça no futuro, com o coração no passado”. Santa Clara só progredirá, no dia em que os seus habitantes forem pessoas esclarecidas. Não basta deixar de ser um lugar, para passar a ser freguesia. Urge informar para que não se destrua o pouco património que nos resta.

Têm "chovido" algumas fotografias no nosso e-mail: duas cedidas pelo JPM e uma por alguém que não se quis identificar:

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Por que razão o Minibus não chega "no minímo até à antiga aerogare"?

Muito se pode especular acerca desta questão… Eu, confesso, dei voltas à cabeça e consegui encontrar algumas possíveis justificações para tal facto. Apresento-as sucintamente:



a) Porque os 10 minutos, em teoria, e os 20 minutos, em prática, que um utente da linha A (nas outras não é diferente) demora à espera do minibus seriam aumentados para 30 minutos.

b) Porque a CMPD tem a plena convicção que o minibus passa na Rua Direita do Ramalho (ou R. Ramalho, como aparece em alguns documentos de publicidade aos minibus).
Talvez a CMPP tenha sido enganada pela inscrição num muro que indica o Caminho Velho do Ramalho como sendo a Rua Direita do Ramalho. Já agora, alguém sabe de onde surgiu tal “placa toponímica”?

c) Porque a Rua Direita do Ramalho não possui passeios e a CMPD não saberia onde instalar as paragens do minibus.

d) Porque promessas eleitorais são isso mesmo: promessas?
A lista Santa Clara Vida Nova apontou como objectivo “pugnar pelo alargamento do percurso do minibus até ao limite noroeste da freguesia”*.
A lista do PSD, apesar de não ter ganho, prometia “dialogar com a CMPD para trazer os minibus para o Ramalho até ao final da freguesia”**.
Ora, se todos (os Santa Clara Vida Nova e os PSD, que apesar de não terem ganho elegeram quatro representantes para a Assembleia de Freguesia) defendem (ou defendiam) o mesmo, por que razão ainda não foi concretizado este passo?

e) Porque fazendo as contas (0,25 € do bilhete vezes 500 e tal habitantes…. noves fora, nada….) se calhar a CMPD chegou à conclusão que não dava lucro. Mas isso não seria um problema, bastaria colocar, na conta mensal da água, uma taxa de utilização do minibus.

f) Porque a empresa ANIMA não conseguiu, ainda, agendar a data em que o grupo xpto, grande atracção internacional, está disponível para a mega festa de inauguração da chegada do minibus ao Ramalho. Para além disso, no Inverno, a situação meteorológica não é muito favorável a grandes espectáculos pirotécnicos.

g) A CMPD está a colaborar com a Direcção Regional da Educação Física e Desporto, e quer que os habitantes do Ramalho “caminhem... pela sua saúde” ***.

h) …………….. (esta alínea fica para as contribuições dos visitantes deste blog)

* Extraído do Jornal de Campanha Nº Zero da Lista Santa Clara Vida Nova.
** Extraído de um Comunicado da Lista do PSD distribuído durante a Campanha Eleitoral.
*** Slogan do projecto “Açores Activos” desenvolvido pela DREFD.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Analogias

Mais do que com a vitória de Cavaco Silva em si – quem sabe se por este já ter demonstrado como cuida da “má moeda” mesmo tratando-se de citrinos? –, o que mais se viu entre os seus foi a euforia causada pela votação obtida por Manuel Alegre.
Eu confesso; também gostei! Gosto quase sempre quando, contra a corrente dominante, mesmo não ganhando, “Há sempre alguém que resiste…Há sempre alguém que diz não…” Mas também gostei porque, entre outros motivos, recordou-me uma outra manifestação de envolvimento cívico, no caso vitoriosa; o “SANTA CLARA VIDA NOVA”, “movimento cívico” que tal como “O PODER DOS CIDADÃOS”, não obstante o óbvio reconhecimento público – se calhar até por isso –, foi também – tem sido e continua sendo – vítima da vingançazinha dos “poderosos” na ocasião enfrentados.
Por analogia – bem mais fácil de entender que outras “lingua-afiadamente” em tempos enumeradas – o “abafo” com que Sócrates brindou Manuel Alegre na noite eleitoral, nada fica a dever ao muito que tem acontecido, “pela calada” em Santa Clara (a questão da iluminação de Natal na Rua de Lisboa só até à Rua João do Rego foi apenas um pequeno, mas visível, exemplo), após a vitória do movimento cívico que se propôs enfrentar a lista protegida pelos Paços do Concelho.
Há sempre um momento para corrigir caminho. Mas criticar o que de bom e definitivo finalmente se faz (a pavimentação da Príncipe de Mónaco), e, “para não ficar atrás”, insistir em “encher de mais filhos” (agora o cybercenter) uma mulher alheia que já cuida mal dos que tem, não me parece que ajude muito. Bem mais importante seria regularizar – mesmo que isso também já venha tarde – o piso da 2ª Rua de Santa Clara!
Haja esperança, porque no entretanto, depois de terem recusado integrar – e até desdenhado – um “movimento de cidadania” (O SANTA CLARA VIDA NOVA), já foi instituído um “instrumento municipal” com este fim.
Tarde é o que nunca chega. Vamos ver!


Contributo de: SantaCanalha

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Em Santa Clara foi assim...

O grupo de cantadores e tocadores no adro da igreja.
(se não visualizar a imagem clique em cima do quadrado cinzento)

Após alguns ensaios, um grupo de pessoas saiu às ruas da freguesia para brindar a população com o tradicional Cantar às Estrelas.

Esta é uma tradição que há muito estava adormecida em Santa Clara (cerca de 30 anos) mas que graças a um sonhador, que soube contagiar outros com o seu sonho, pôde este ano, de novo, sair à rua.

Alguns dos versos cantados na noite de ontem:

Hoje é véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria
(…)

Eu já vejo a luz acesa
Desta excelente morada
Quase que tenho a certeza
Que daqui não vou sem nada
(…)

Oh meu amigo estimado
Nós já vamos caminhar
Desde já és convidado
Para nos acompanhar
(…)

Em Santa Clara, as tradições têm vida nova!