Em 1963, com o início do processo que haveria de, mais uma vez a pretexto do armazenamento de combustíveis, instalar em Santa Clara os depósitos da POL NATO, foi dado o decisivo passo para a, posterior, quase total condenação à morte, do Parque Dinis (Moreira) da Motta, vulgo “Mata da Doca”!
Tal como, sob os “Tanques do Óleo”, hoje, jazem destruídas as duas enormes “bocas” dos algares do Carvão, também, no local onde hoje estão os depósitos da NATO foi destruído o maior maciço de araucárias dos Açores – talvez até da Europa!
De nada serviu a mobilização da imprensa local contra aquela enormidade. E, apesar de ter sido aparentemente despachada a contendo de quem se batia contra tamanha insensibilidade [“(...) determino o urgente estudo(...)(...) in loco, a fim de se decidir melhor sobre o exposto(...)(...) mesmo que fosse em prejuízo da fazenda nacional...”], a missiva pessoal que Manuel Ferreira, com “veleidade” – é sua a palavra –, sobre o assunto endereçou a Salazar, o despacho emanado pelo ditador mais não foi do que um exercício de hipocrisia política, habitual sempre que o poder é exercido de forma prepotente, uma conduta habitual naqueles que, ainda hoje, adoptam como lema o; “quero, posso e mando”. Foi assim ontem, e, dificilmente, assim, algum dia deixará de ser!
Agora que, finalmente, os interesses de Santa Clara são defendidos por santaclarenses legitimamente eleitos pelos seus conterrâneos, não só se espera que estas barbaridades tenham fim, como a eles se exige que, quando não as puderem travar, pelo menos pela denúncia dos factos não se façam cúmplices das mesmas! Neste sentido, a moção apresentada na última Assembleia Municipal, com o objectivo de evitar mais atrasos na transferência dos “Tanques do Óleo”, foi um bom princípio. Mas só foi boa como primeiro passo; há que fazer mais. Muito Mais!
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