Uma viagem de barco, pretexto para mostrar com detalhe a orla marítima de Santa Clara, foi a forma encontrada pelo Grupo de Cidadãos “Santa Clara – Vida Nova” para fazer a apresentação da lista com os seus candidatos às próximas eleições.
Logo que a embarcação passou “a
fronteira” nascente de Santa Clara – linha imaginária que ia do barco até ao
enfiamento da Rua João do Rego, atravessando parte significativa dos “Tanques
do Óleo” – começou a cantar-se uma música improvisada em 2005, que se mantém
“no ouvido” do grupo e se vai adaptando a cada um dos “cabeças de lista” (para “Santa
Clara – Vida Nova” renovar é uma marca), musiqueta que já é quase “um hino” de
campanha, baseada na seguinte quadra: Santa Clara ser autarquia/Pra muitos foi boa
nova/e p’rá Junta de Freguesia/e p’rá Junta de Freguesia/"Santa Clara Vida – Nova"!
Não obstante a alegria contagiante
do grupo, olhar a costa recordou Gaspar Frutuoso, que ali bem podia servir de
guia: “Além, pouco espaço da Fortaleza para
loeste, está uma ponta que se chama dos Algares [esta ponta é a mesma onde hoje
estão os “Tanques do Óleo] (…) Defronte da
qual está um baixo, entre o qual e terra passam barcos, e logo está uma pequena
baía de areia [o popular “Calhau da
Areia”], defronte das
casas do em tudo grandioso Francisco Arruda da Costa [algures onde hoje está a “arco
8/arribanas”], merecedor de
grandes coisas, por toda a sua indústria, e com grande custo seu cercada de
muros e cubelos, com sua porta para o mar, tudo muito defensável, e pegado com
a porta, chamada de Santa Clara, por ali estar a igreja paroquial desta Santa,
onde se acaba a principal costa da cidade, ( … )”.
Fundeados simbolicamente em
frente à “ponta da sardinha”, assim é popularmente conhecida em Santa Clara a “ponta delgada e rasa que deu nome a Ponta Delgada”, em clima informal foram feitas as comunicações da praxe e apresentados
os candidatos, sendo o grupo saudado de terra por um animado grupo de
santaclarenses que “na beira da rocha” acenavam braços e bandeiras.
A viagem continuou até à
extrema poente da freguesia, agora ao som de uma excelente interpretação do
jovem talentoso Luís Abrantes, que a todos presenteou com um excerto da sonata opus 15
de Mauro Giuliani, o que não podia ter sido melhor escolhido, dada a
feliz combinação com o som ambiente (mar/vento/motor do barco) e a
tranquilidade e confiança que inspirava. O barco deu meia volta junto ao enfiamento da “grota da Nordela”, iniciando assim o percurso
de regresso, não deixando na volta de voltar a ser efusivamente saudado pelo
grupo de terra, que ali aguardou até à reunião de todos, os de bordo e os de
terra, o aconteceu pelas 20:30, prolongando-se o convívio um pouco mais, com o
agradável aroma da maresia tornando muito agradável aquele fim de tarde “à
beira mar”!
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